quarta-feira, maio 11, 2011

Fruto do Espírito [parte final] - Domínio Próprio

Enfim chegamos ao último mas não menos importante! o Domínio Próprio

(Gálatas 5.16-25)


Entre as virtudes cristãs, elencadas pelo apóstolo Paulo, está a do domínio próprio. Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tito 1:8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e piedade. O apóstolo Pedro segue na mesma trilha, colocando como uma das virtudes a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da perseverança e da piedade. (2Pedro 1.6)
Esta é uma palavra bastante problemática para nossa geração, acostumada à idéia de que a felicidade decorre do desprezo à idéia de disciplina e auto-controle. Colocando esta escolha em outros termos, podemos dizer que, para boa parte das pessoas, se a escolha for entre felicidade e auto-controle, talvez ouçamos alguém se dizer cansado de auto-controle e que agora pretende viver a vida com toda a sua adrenalina. Prevalece a idéia que autocontrole e alegria são incompatíveis
No entanto, a Bíblia nos adverte a não permitir que o pecado tenha domínio sobre nós (Romanos 6.14), já que não estamos mais debaixo da lei, que nos leva a produzir, mas sob a graça, que nos deve levar a frutificar, além do domínio próprio, em alegria, amor, benignidade, bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e paz.

O SENTIDO DO DOMÍNIO PRÓPRIO.
O apóstolo dava muita importância ao termo ((egkrateia), uma vez que o usa várias vezes. Em 1 Coríntios 9.25, trata-se da virtude de um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1 Coríntios 7.9, trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade.
É curioso que, quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero. (Atos 24:25)
A expressão "domínio próprio" aparece sob diferentes palavras nas versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais auto-controle e temperança. Não tem nada a ver, portanto, com endereço particular na internet...
Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém. Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões.
Domínio próprio, portanto, é a capacidade de efetiva que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente. Quando fez o homem, Deus deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas: também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. (Gênesis 1.26)
O salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés (Salmo 8.6)

DESENVOLVENDO O AUTOCONTROLE
Antes, somos convidados a ter domínio sobre nossos sentimentos, sobre nossos desejos e sobre as circunstâncias que nos envolvem.


Dominando nossos sentimentos
Somos movidos pelos nossos sentimentos. Se, por exemplo, amamos, a Deus, ao próximo ou a nós mesmos, somos levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e gostando de nós mesmos. Se, doutro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus pela figura do pai que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso sofrimento (o inferno são os outros, já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade ser o que gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.

Dominando nossos desejos
Se os nossos sentimentos nos definem, nossos desejos nos constituem. Nós somos aquilo que desejamos. Como ensinou Jesus, onde estiver o nosso tesouro, isto é, os nossos desejos, aí estará também o nosso coração. (Mateus 6:21)
Desejamos coisas legítimas e coisas ilegítimas. Nem todos os nossos desejos são pecaminosos. Sejam quais forem, no entanto, se eles nos controlarem, passam a ser pecaminosos. Comer chocolate não é pecado. Se no entanto, não posso comê-lo e não consigo não comê-lo, comê-lo é pecado. Ver televisão não é pecado. Se, no entanto, eu deixo de fazer o que preciso fazer (seja ler, trabalhar, conversar) para ficar diante dela, ela me controlou.
Desejamos coisas realmente necessárias e coisas suavemente impostas. Já não sabemos a diferença em coisas básicas e coisas supérfluas. De qualquer modo, no entanto, podemos dizer que grande parte de nossas necessidades simplesmente não existe. É parte da máquina do mundo, que nos torna primeiramente consumidores e depois cidadãos (se é que chamos a sê-los).
A maior desgraça do desejo é quando ele se converte em vício. Nada mais blasfemo do que um cristão viciado. Há cristãos viciados em falar da vida alheia; até reunião de oração se transforma em espaço privilegiado para a fofoca. São cristãos que não refreiam as suas línguas.

Dominando-nos diante das circunstâncias
Além dos sentimentos e desejos, que nós podemos controlar, em grau maior ou menor, há as circunstâncias, aquelas situações que não criamos, mas que nos atingem.
Quando nos enredam, elas provocam desânimo. Diante delas, podemos perder o auto-controle, partindo para reações inadequadas, seja de desespero, seja com violência. Nossa reação mostra que, na verdade, estamos sendo controlados por elas.

PARA TER AUTOCONTROLE
Há certas ocasiões que, antes de perceber o que está fazendo, você perde o controle, e passa ser vítima do seu descontrole, velada ou violentamente.

1. Conheça-se e use o conhecimento a seu respeito a seu próprio favor. Tendemos a não perceber como somos, mas devemos nos esforçar para tal. Se você, no trânsito, é um pé de chumbo, vigie seu comportamento, para que controle o seu ímpeto de sair em disparada. A velocidade não é mais importante que você. Se você se ira com facilidade, evite as situações que a provocam a sua raiva. Desenvolva métodos para que a irritação fique em níveis aceitáveis. Use o que você sabe a seu próprio respeito para se dominar melhor.
2. Aprenda a tomar atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que seus sentimentos e desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu assim, mas não precisa morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca fez antes.
3. Valorize a disciplina. Quando Jesus disse que, se o nosso olho nos levar ao escândalo, devemos arrancá-lo, ele estava lembrando que precisamos subjugar o nosso corpo, quando este nos subjuga. Ponha objetivos na vida e se empenhe para alcançá-los. O autocontrole é o resultado da disciplina e do esforço próprio.
4. Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus. O domínio próprio é um esforço de quem vive pelo Espírito. Os homens em geral não pensam em disciplina, mas os cristãos nos esforçamos para viver de modo organizado, coordenado e harmônico. Neste ministério, o Espírito Santo quer nos apoiar, para nos conduzir. Deixe-se dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é possível por meio de Sua ação em nós.


CONCLUSÃO
O domínio próprio a que estamos nos referindo aqui não se trata de um auto-controle que nos faz doentes, aquele falso, aquele apenas de aparência, mas aquele resultante de desejo profundo.
Por isto, evite começar a fazer aquilo que o controla. Se você perde o controle da sua língua, quando o assunto é a vida alheia ou quando a conversa descamba para assuntos pouco edificantes, não entre na conversa. Recuse participar desde o princípio.
Se já começou, deixando-se dominar por sentimentos, desejos e atitudes, procure parar. O Espírito Santo o ajudará, se houver arrependimento no seu coração.
Afinal, a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.





Gente essa foi a série de estudos sobre Fruto do Espírito!
obrigada a todos que leram e a Deus por fazer das minhas mãos instrumentos pra falar com vocês !

beijos ! até os próximos posts !

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